sexta-feira, 16 de abril de 2010

Mente quieta, espinha ereta

Sentem-se com a coluna ereta. Mulheres com o pé esquerdo mais próximo ao corpo, pé direito por cima.

Era a minha primeira aula de meditação de concentração. Sim, porque há váários tipos de meditação, descobri. Já tinha feito aquela, que você relaxa, deitado, e dá uma vontade danada de tirar uma soneca.

A intenção agora é manter a pessoa consciente, concentrada em alguma imagem ou som, com a audição ligada nas instruções do professor.


Sinta cada músculo do seu corpo, do dedão do pé ao couro cabeludo, relaxar.


Como posso “relaxar” o couro cabeludo? Tagarelei em pensamento.
Xiti! Fica quieta. Você tem que RE-LA-XAR. Manter a mente quieta, a espinha ereta – ralhei comigo mesma.

 
Agora visualize um coração vermelho.


Ok. Estou vendo... Não estou pensando em mais nada...


(pausa de 10 segundos)


Hum...tá ficando meio desconfortável essa posição. Dorzinha nas costas... será que fiz algum ásana (exercícios do yôga) errado? Ah, já sei. Não devia ter tentando fazer aquela pirâmide invertida. Eu ainda não estou preparada para ficar de ponta cabeça. Mas tem o computador também. Esse negócio de ficar sentada o dia todo me estraga.


Fica quieta! Deu, chega! Agora concentra... que mente mais falante! Que será que o instrutor tá dizendo, perdi algo?


Agora, visualizem, dentro desse coração, uma pessoa, pode ser você, na posição de yogui.


Ai,vou ter que aumentar o tamanho do coração. Tinha imaginado um pequeninho, de desenho infantil mesmo. Ok, vamos aumentá-lo para caber alguém ali.

É, não consigo ME colocar lá, mas tem alguém. Pode ser o Rafa. Pronto, agora sim.


Fiquem com essa imagem mental. Concentre-se nela. Tente não pensar em mais nada.


Silêncio...


Silêncio...


Silêncio...


Ai, que coisa estranha. Esse escuro, esse silêncio...preciso abrir abrir os olhos!


Mesmo com a tagarelice dos meus pensamentos, por alguns segundos, me vi dentro de mim. Com os olhos fechados, percebi uma mente agitada dentro de um universo gigante, escuro, um lugar desconhecido.


Olhei de cima aquele túnel, um enorme vazio, um precipício.


Fiquei com medo.


Não pulei.


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