quarta-feira, 6 de maio de 2009

Eu e o 4


Os ciclos da minha vida costumam ter quatro anos. É como se esse número simbolizasse mudanças, novas fases, transições. É sério. Deve ser a conjunção dos astros ou a entrada de uma nova era no meu mapa astral – ainda pretendo consultar um astrólogo para entender o fenômeno. Como diz a música, “a gente quer ter voz ativa, no nosso destino mandar, mas eis que chega a roda viva e carrega o destino pra lá”. É verdade, Chico.

Em 2005, deu-se a última intervenção da tal roda na minha vida. Conheci o Rafa, meu atual namorado, depois de passar QUATRO anos com o ex, e fui morar na Alemanha. Veja bem, não é pouco. Achar o amor da vida (pelo menos eu acho que achei) e ainda mudar de país no mesmo ano, é muita coisa, sim senhor. Até acho que uma coisa poderia ter acontecido bem longe da outra, mas tudo bem.

QUATRO anos antes, em 2001, eu morava em Araranguá e me preparava para uma outra grande mudança: terminava o terceiro ano e iria para a cidade grande prestar vestibular. No fim daquele ano, comecei a mês despedir da cidadezinha e da vida pacata do namoro em casa, arrumei as trouxas e me vim para Porto Alegre. Nem precisa dizer que tudo mudou.

Bem, completei QUATRO anos de namoro neste 2009 e adivinhe? Mudanças. O moço, meu digníssimo, finalmente foi promovido de morador da floresta mato-grossense para habitante da megalópole, São Paulo. A presença do número QUATRO nessa história me faz crer, óbvio, que esta mudança diz respeito diretamente a mim.

E, pelo jeito, a tal roda viva aproveitou a passada para dar um jeito na vida da melhor amiga também. Mais uma razão para eu acreditar que o negócio é comigo (egocêntrica, eu??). Juro. A amiga - aquela da faculdade, parceira das primeiras jornadas do jornalismo, das primeiras noitadas em Porto Alegre, aquela que poderia escrever a minha biografia (não que eu pense que alguém vá se interessar), que é presença diária obrigatória – também entrou na roda e vai mudar de tudo. De emprego, de cidade, de Estado. A minha vida porto-alegrense agora será dividida em A.d.. e D.d. Sim, por que eu terei que reformular a minha rotina e até os meus dramas – não é todo mundo que aguenta uma amiga dramática e possessiva como eu. Sem contar com o que vai acontecer com ela.... certamente, muito mais reformulações.

Mas, como eu sou uma baiana de Araranguá que morou na Alemanha, como diria o Mr. Lorea, sei que a gente perde umas coisas e ganha outras. Sei que a melhor amiga merecia uma boa guinada na vida e que tem coisas que mudam, mas não acabam. A gente tinha consciência que as coisas não seriam assim para sempre, claro, mas o futuro nunca parece hoje. O futuro está começando (devo ter ouvido isso em alguma campanha de fim de ano da Globo) e, que bom, as mudanças são bem-vindas.

“Faz tempo que a gente cultivaA mais linda roseira que háMas eis que chega a roda vivaE carrega a roseira pra lá...

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