quarta-feira, 11 de março de 2009

Fechadinha básica

Eu não queria fechar um carro no trânsito logo de manhã cedo. Isto sempre pode provocar uma reação que torna o resto do dia estressante. Acho que atrai energias ruins...

Mas, a caminho do trabalho, há um trecho que, muitas vezes, exige uma manobra um pouco mais “ousada”. É preciso entrar na pista da direita, descendo um viaduto, e, na mesma hora, passar para a da esquerda a fim de entrar na próxima rua. Geralmente, dou o sinal pedindo passagem. Raramente sou atendida. Quando sou forçada a atravessar na frente de um carro, sempre fico com raiva imaginando que o motorista (quando é um homem) está pensando: atravessando assim, só podia ser mulher. Às vezes o pensamento deles é externado em formas de xingamento. Fazer o quê? Eles nunca nos deixam passar...

Hoje, devido ao intenso fluxo, dei o sinal e tive de “ir entrando”. Como o sujeito estava devagar, achei que ia me ceder lugar. Mas, não. E dei uma fechadinha básica. Na primeira sinaleira, vi que o Peugeot preto parou bem ao meu lado. Eu e ele estávamos com as janelas abertas.Não aguentei e olhei, para ver se ele demonstrava raiva de mim. Como ele não me xingou, me desculpei:

- Desculpa, te cortei...
- Não, sem problemas. Eu é que não vi a sua seta.

E o dia começou melhor. Bom saber que existem pessoas educadas no trânsito e que a mulher não é sempre a barbeira da história.

quarta-feira, 4 de março de 2009

Trocando o óleo (no bom sentido)

Estava adiando ao máximo a primeira troca de óleo do carro. Havia uns 300 quilômetros que a hora chegara, mas continuava retardando este momento, como se esperasse por alguém que iria parecer e fazê-lo por mim. Ok, nós mulheres podemos fazer tudo sozinhas. Mas algumas coisas definitivamente não fazem falta. Trocar pneu, arrumar aquelas coisinhas simples porém chatas que vivem estragando em casa e matar insetos são coisas que prefiro deixar para eles. A ideia de entrar sozinha numa oficina sem ao menos saber que óleo eu devia pedir, encarando aqueles homens de macacão engraxado, olhando como se a gente não entendesse nada de carros, e ainda correr o risco de ser engabelada, me desanimava. Até porque eu realmente não entendo mesmo nada de carros, tampouco de óleo.

- Oi, eu queria trocar o óleo do carro.

- Certo. E qual óleo a sra. vai querer?

- Pode me mostrar as opções? (na verdade eu queria dizer: Não sei, moço, qual o mais barato?).

- Temos estes aqui (mais ou menos umas 10 marcas). Vai trocar o filtro também?

- Não sei... (hein?? filtro?????????????)

Optei pelo mais barato.

Para a minha surpresa (e felicidade suprema), o Jet Oil da Ipiranga não se parecia em nada com os postos e oficinas mecânicas do meu imaginário. Já de cara, o local era tão limpo e organizado que mais parecia um consultório médico. Quem me atendeu foi um homem (seria mecânico?) educado, com uniforme limpo. Bem mais preparado do que alguns atendentes de banco e de companhias telefônicas por aí.

- Vai demorar uns 15 minutos. A sra. Aceita um café?

Café? Sim, claro. Já comecei a gostar dessa coisa de trocar óleo. No computador, ele ia preenchendo uma ficha com dados meus e do carro. Descobri que não conhecia informações básicas do meu corsinha amado, mas da próxima vez levo uma cola. Me senti uma mãe, saindo pela primeira vez do pediatra com a ficha de vacinas do bebê.

Enquanto trocava o tal óleo e o filtro (que ele fez questão de explicar para que servia, mas eu confesso que já nem me lembro mais), o sujeito contava a história do Jet Oil, um sistema que já existia há sei lá quantos anos nos EUA, que utiliza uma bomba para injetar o produto no carro, tornando assim desnecessária a compra do frasco e barateando o custo para os consumidores. Interessante.

Terminada a função, ofereceram uma aspiração no veículo. De graça? Claro. Gostei mais ainda de trocar o óleo. E quando eu achei que havia terminado, ainda me deram de presente um kit churrasco. Virei fã do Jet Oil.

Aguardo ansiosamente pela próxima troca, nos 10 mil quilômetros.